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Guia definitivo de compras de câmeras digitais usadas


No último ano, a Istoé Dinheiro publicou uma pesquisa realizada pelo IBOPE, que “quase 70 milhões de brasileiros possuem itens sem uso em casa e que 84% deles têm interesse em vender os objetos.”. Essa é uma excelente oportunidade pra você comprar a câmera fotográfica que sempre quis, mas com aquele precinho camarada.


Pensado nisso, desenvolvemos aqui o nosso Guia Definitivo de compras de câmeras digitais usadas pra você finalmente comprar o seu equipamento sem medo de ser feliz.



O que preciso saber na hora de comprar minha câmera usada?


1. Verifique a áreas de atuação do atual dono do equipamento.


Assim como quando compramos carros, não podemos esquecer de fazer algumas perguntas básicas antes de comprar o nosso equipamento usado. Saber a área de atuação do antigo dono é fundamental pra não cometer nenhum erro.


Normalmente os equipamentos de fotógrafos de eventos sociais são mais desgastados pelo uso frequente, contato constante com as mãos e suor ou até mesmo pela impossibilidade de guardá-los adequadamente durante o evento por conta do tempo curto para realizar todo o trabalho.


Outra área de atuação que exige atenção redobrada na compra são os equipamentos utilizados em fotografia esportiva. Normalmente são expostos aos efeitos climáticos com uma frequência muito maior que outras áreas. Por se tratar de ambientes com muita poeira, a troca de lentes traz um risco extra para uns dos problemas mais conhecidos pelos profissionais desta área, a sujeira no sensor.

Por outro lado, temos como a fotografia em estúdio, newborn e até mesmo fotografia de ensaios como áreas menos nocivas à durabilidade do equipamento.


Nem sempre comprar de um usuário amador pode ser uma vantagem. Não é todo mundo que sabe conservar a câmera e lentes adequadamente. Equipamentos que passam muito tempo guardados e em locais escuros/úmidos, tentem a proliferar fungos nos elementos de vidro com maior facilidade.


2. Teste todas as funções do equipamento.



É muito importante ter completo conhecimento do que você está comprando e com quais avarias o equipamento pode vir. Por isso, disponibilizamos um checklist para você conferir na hora da compra:


  • Verifique arranhões na carcaça do equipamento;

  • Verifique se alguma borracha está descolando ou dilatada;

  • Pergunte quais são os acessórios inclusos na venda;

  • Acople pelo menos duas objetivas diferentes para testar o funcionamento da baioneta;

  • Veja se a bateria e carregador estão funcionando corretamente;

  • Teste o botão de flash e verifique se o mesmo levanta e dispara no momento do clique;

  • Tire algumas fotos com iluminações distintas e teste o fotômetro da câmera;

  • Teste o foco automático (se acompanhar lente) com um objeto próximo à objetiva e outro distante.

  • Coloque a objetiva (se houver) destampada dos dois lados contra a luz, com diafragma completamente aberto para verificar a existência de possíveis colônias de fungo nos elementos da mesma.


3. Tente descobrir a procedência do equipamento.



Quando a gente encontra uma boa oferta, ficamos tentados a realizar a compra de uma vez para não perder a oportunidade. É bom tomar cuidado, pois o barato pode sair caro. Além de alimentar o crime e prejudicar um outro fotógrafo, comprando um equipamento roubado ou furtado, você ainda corre sérios riscos de ser descoberto, pois as câmeras fotográficas digitais imprimem o seu número de série em cada fotografia, fazendo com que seja possível rastrear fotos através de sites específicos.

Esses sites possuem robôs automatizados que vasculham a internet em busca de imagens com informações de metadados contendo o número de série registrado, assim eles conseguem encontrar fotos publicadas na internet, que servem de pistas para descobrir o real paradeiro do equipamento.

Minha sugestão é que você anote o número de série que fica embaixo da câmera e verifique em sites de rastreio de equipamentos perdidos/roubados se há registros do eletrônico.





Seguem alguns sites que fornecem o serviço de rastreio via número de série:





4. Qual a quilometragem da sua câmera?



Você compraria um carro com 10.000 quilômetros rodados? Ou talvez um modelo que fosse um pouco melhor do que o anterior, mas com 50.000 quilômetros?


Na hora de trocar de carro ou até mesmo fazer uma manutenção de rotina, essa é uma das informações mais importantes que devemos ter em mente. Com as câmeras fotográficas não é muito diferente. O número de cliques que uma câmera fez, consegue definir em média o quanto de desgaste que ela já teve e isso pode ser um diferencial na hora de comprar seu equipamento usado.


A vida útil do obturador nas câmeras de entrada é de cerca de 150.000 cliques. Isso quer dizer que você precisa tirar muita foto antes que sua câmera tenha algum defeito. Claro que nada impede que ela quebre com 200 mil ou até mesmo um único clique. O valor é apenas uma estimativa.


Usamos as mesmas métricas da quilometragem em carros pra definir o desgaste do equipamento. Basta substituir quilômetros por cliques, por exemplo:


0-500 Cliques – Câmera nova 500 à 5 mil cliques – Câmera semi-nova; 5 mil à 30 mil cliques – Câmera com vida útil em bom estado; 30 mil à 80 mil cliques – Câmera com vida útil média; 80 mil à 150 mil cliques – Câmera com obturador razoavelmente gasto; Acima de 150 mil cliques - Câmera com obturador bem gasto.


Como saber o número de cliques da câmera fotográfica?


Existem alguns recursos que podem te ajudar a descobrir exatamente qual o número de cliques da sua câmera.

O site Camera Shutter Count permite que você envie uma imagem crua, em JPEG, e em poucos segundos ele te responderá quantos cliques a sua câmera tem. Todas as câmeras compatíveis com o serviço estão descritas no rodapé da página.


Grande parte das câmeras da Canon não são compatíveis com o serviço acima. Mas não fique triste, você pode baixar e instalar o Eos Utility, um software da Canon que além de servir para atualização de firmware do equipamento, permite que o usuário descubra a contagem do obturador sem dificuldade. Basta instalar a versão compatível com a sua câmera através deste link.


5. Fique atento se o equipamento atende à sua necessidade.



Não adianta seguir todos os passos anteriores e não atentar para qual equipamento está comprando. Nem sempre o que é mais caro é melhor, depende muito de qual o seu objetivo com a fotografia.

Se você trabalha com fotografia publicitária e/ou moda, é interessante atentar para câmeras que além de ter um bom alcance dinâmico e distinção de cores, também tenha uma quantidade razoável de megapixels, para fazer bonito na hora da impressão. Já se você trabalha com fotografia esportiva ou fotojornalismo, o ideal é focar numa câmera que possua uma boa quantidade de cliques por segundo em disparo contínuo. Já que o objetivo no segundo caso é captar o momento perfeito, quanto mais cliques num espaço de tempo menor, melhor.

Então vamos à algumas sugestões de configurações que você deveria analisar na hora de fazer aquele upgrade:

  • Tamanho do sensor de imagem;

  • Resolução da imagem;

  • Quantidade de pontos de foco;

  • Alcance dinâmico da imagem;

  • Durabilidade da bateria.



Conclusão


Um equipamento usado permite que o fotógrafo economize na compra do corpo DSLR e invista mais em outros equipamentos, como lentes, cartões de memória e tripés.


Espero que essas dicas tenham sido úteis e que este guia tenha te ajudado a superar o medo de investir em equipamentos sem o cheiro de novo, mas com muito clique pela frente.

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